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sábado, 11 de novembro de 2017

Instituições sociais e coerção

Quando nascemos, já encontramos um mundo pronto, com suas leis, suas regras de funcionamento, os padrões de comportamento institucionalizados e as normas de conduta a serem seguidas. Querendo ou não, de modo inconsciente ou não, acabamos pautando nosso modo de agir por essas regras, seja para referendá-las, seja para discordar delas.

Muitas vezes, por influência da família, da religião, da escola, dos hábitos de nossos amigos, acabamos vestindo "máscaras sociais", comportando-nos segundo modelos aceitos pelos demais, pois sabemos que nossas atitudes estão sempre sendo julgadas - muitas vezes, é dessa forma que reagimos ao sentimento de necessidade de adequação aos valores estabelecidos.

Isso significa que estamos sempre sujeitos a coerções sociais, isto é, a aceitar valores que podem não ser compatíveis com nossas opiniões e crenças pessoais. Esses valores preestabelecidos, em última instância, poderiam ser bem diferentes, se cada um pudesse escolhê-los de acordo com sua vontade.

A noção de coerção social é a base para entendermos um dos conceitos mais relevantes da Sociologia moderna: o de fato social, proposto por Durkheim em sua obra As regras do método sociológico (1895).
Seria impossível que os sociólogos estudassem todos os fenôrmenos, todos os acontecimentos, todos I os pormenores da vida em sociedade. Na tentativa de limitar o raio de alcance da Sociologia, especificandolhe os objetos de estudo, Durkheim propôs que os sociólogos se debrucassem sobre os fatos sociais, da mesma forma que os vastrônomos o fazem com os astros celestes e os zoólogos, I com os animais.
A apreensão de um fato social I passa pela observação da realidade. É observando-a e analisando-a que o sociólogo identifica o fato social, que pode ser inicialmente definido como tudo aquilo que exerce uma força de coerção sobre os indivíduos.

Essa força coercitiva é exterior, e não interior. Ela é social, e não psicológica. Assim, a Sociologia não se interessa pelos hábitos individuais ou hereditários que nos impõem crenças ou práticas, mas sim pela pressão "que exerce a consciência de um grupo sobre a consciência de seus membros" - de acordo com as palavras de Durkheim. Descubra aqui.



Quando se usa a expressão "consciência de um grupo", "consciência coletiva", ou algo do género, é preciso ter em mente a sociedade como uma síntese, e não como mera soma das ações e dos valores individuais. É por isso que a mentalidade de um grupo é diferente da mentalidade dos membros que o compõem.

Portanto, o fato social é caracterizado pela coercitividade (uma vez que atua sobre as pessoas, até certa medida moldando-lhes as atitudes e os pensamentos) e, ao mesmo tempo, pela exterioridade (já que tem existência própria, sendo exterior aos indivíduos). Para os sociólogos, as representações coletivas interessam mais do que os estados individuais de consciência. Além disso, só é fato social aquilo que é genérico, que se repete e que tem, de alguma maneira, aceitação coletiva.

Instituições sociais

A coerção social é uma característica fundamental da vida em sociedade. Isso porque os  comportamentos humanos têm uma tendência contínua à padronização, à uniformização.

Dependendo da situação, lidar com essas coerções pode ser mais ou menos difícil, mas é inegável que elas sempre influenciam as condutas individuais.